quinta-feira, 28 de outubro de 2010

Pesquisa Internacional revela que o Brasil é a nação mais otimista com a velhice; e os brasileiros esperam mais cuidados da família nessa fase.

Estudo feito em 20/09/2010
A pesquisa da multinacional de seguro de saúde Bupa, conduzida pela universidade London School of Economics, foi feita com mais de 12 mil entrevistados em junho deste ano. No Brasil, 1.005 pessoas foram ouvidas.
Os brasileiros são os que mais esperam ser sustentados pela família na velhice, segundo essa pesquisa feita em 12 países.
Três em cada quatro brasileiros entrevistados disseram acreditar que sua família vai sustentá-los na velhice.
Os brasileiros também estão entre os que mais acreditam que a responsabilidade de ser sustentado na velhice é dos seus familiares - dois em cada três entrevistados manifestaram esta visão.
Planejamento
O estudo também revelou que os brasileiros são os que mais têm expectativas positivas sobre chegar à terceira idade - 17%.
Os brasileiros só perdem para os franceses na "sensação" de juventude. Entre os entrevistados com 65 anos ou mais, 72% disseram que não se sentem velhos, e 67% se declararam saudáveis.
No Brasil, 46% dos entrevistados não se preocupam em envelhecer. Além disso, 17% dos entrevistados encaram com bons olhos a terceira idade, o maior índice registrado no mundo todo. Porém, 64% dos brasileiros não se preparam para a velhice, em termos de reservar dinheiro ou de pensar em como ser assistido no caso de não poder cuidar de si próprio. Apenas 7% reservaram algum dinheiro e 76% acreditam que a família estará lá para dividir o ônus de cuidar deles.
Um relatório feito pela London School of Economics (LSE) e divulgado ontem revela que a 'rede informal de assistência' (o padrão tradicional de famílias cuidando de seus idosos) está se desintegrando, enquanto o número de idosos carentes de assistência vem crescendo.
Os brasileiros também estão entre os que menos atribuem ao Estado o papel principal no sustento das pessoas idosas. Menos de 10% dos brasileiros acreditam que a responsabilidade maior no cuidado de idosos é do Estado.
A pesquisa revelou que a principal preocupação das pessoas ao chegar à velhice é com doenças como câncer (para 34% dos entrevistados nos 12 países) e demência (23%).
Outros dados:
95% dos brasileiros não se consideram velhos (dado de entrevistados acima 54 anos)
96% acham que a assistência governamental ao idoso precisa melhorar.
84% dizem que o padrão de assistência ao idoso no Brasil é pobre.
39% acham que o Estado deve bancar a assistência ao idoso somente para pessoas de baixa renda, enquanto apenas quatro em cada dez (42%) acreditam que o benefício deveria ser para todos.
Apenas 3% pensam que o governo cuidará deles em sua idade avançada  
32% acreditam que vão morrer de velhice.
 A maioria dos idosos (81%) tem alguma doença como hipertensão, dores nas costas, diabetes e doenças cardiovasculares.
No Brasil, 49% dos idosos são analfabetos funcionais.

g1.globo.com/brasil/.../2010/.../brasileiros-sao-os-que-mais-esperam-cuidados-da-familia-na-velhice-diz-estudo.html –

Postado por Kamila Santana

quarta-feira, 27 de outubro de 2010

A velhice - Contribuição da psicóloga Márcia Peres Vieira

A velhice é considerada a terceira idade da vida humana, e essa terceira idade  oscila entre o fim da idade adulta média até a declaração, isto é, a confirmação da velhice.
Biologicamente a velhice é a etapa da vida caracterizada pela queda de força e degeneração do organismo. Mas há também implicações sociais e psicológicas que influenciam no desenrolar da velhice e que raramente são levados em conta.
A interação entre os indivíduos na idade adulta é mais motivada pela regulação da emoção e menos motivada pela possibilidade de obtenção de informação.
Uma das teorias que explicam a redução das interações sociais na velhice, é a Teoria da Atividade, ela presume que os idosos desejam manter contatos sociais, mas que são prejudicados pelas barreiras físicas e sociais impostas pela sociedade. Essa teoria sustenta ainda, que a diminuição na freqüência de interação é sintomática de problemas e pressões, e ocorre independentemente das necessidades e dos desejos dos idosos.
As recentes tentativas de se entender sobre o envelhecimento focalizam a sabedoria, a felicidade e o controle.
Embora não havendo dúvidas de que alguns idosos precisam de assistência de suas redes sociais, há sugestão de que eles não necessitam de mais assistência que os membros mais jovens da rede social. Outro fator é que algumas dependências em idosos parecem ser produto de scripts sociais que exigem determinado comportamento dependente.
Assim a velhice é mais um período pelo qual todo ser humano saudável deve passar.
É um longo processo, este depende das vivências pelo qual passa cada indivíduo, que, na velhice se mostrará mais evidente, pois as emoções já estão definidas.

Postado por: Claudiene Maia

terça-feira, 26 de outubro de 2010

Um retrato da velhice no Brasil por Moacyr Scliar

O Instituto Datafolha, de São Paulo, acaba de realizar uma pesquisa sobre a velhice no Brasil. Foram ouvidas 1.238 pessoas com mais de 60 anos em vários Estados. E o resultado é um retrato original, e não raro surpreendente, da velhice no Brasil.
Os idosos hoje representam uma considerável parcela da população brasileira. Isto se deve, sobretudo, ao aumento da expectativa de vida, que é atualmente de 72,6 anos para ambos os sexos, ao passo que, no começo do século 20, estava por volta dos 40 anos. Vive-se mais, portanto, e sob muitos aspectos vive-se bem.
Aquela imagem do velho como uma figura abandonada, descartável – o filme A Balada de Narayama mostra como, no passado, os velhos de uma aldeia japonesa eram abandonados numa alta montanha para lá morrerem de frio e de fome – não mais subsiste. Resultado: 78% dos idosos se consideram felizes. Curiosamente, só 32% têm medo de morrer, contra 40% dos jovens.
Em termos materiais a situação também não é muito ruim – 67% (77% no caso dos homens) recebem aposentadoria. Não é uma fortuna – a média é de R$ 776 – mas aparentemente dá para, ao menos, sobreviver; de maneira geral, os velhos estão mais protegidos contra a pobreza do que o restante da população. E há, claro, o apoio familiar: 92% têm filhos, 78% têm netos.

E quanto à saúde? É ótima, dizem 57% dos entrevistados. Ótima não quer dizer perfeita: 57% dizem ter alguma dor, 56% são hipertensos, 29% apresentam algum grau daquele que é o problema psicológico mais importante de nossa época, a depressão. Uma advertência importante: 28% tiveram quedas no último ano (cuidado com escadas, tapetes que deslizam, banheiros, lugares mal iluminados). E a quem recorrem? 72% não têm plano de saúde e contam, como a maioria da população, com o SUS.
Os velhos brasileiros são muito independentes: 20% deles vivem sozinhos; 72% saem de casa todos os dias, a pé, de ônibus, de carro e até de bicicleta (7%). Mas encontram problemas no cotidiano; o preconceito contra velhos é citado por 87% deles. Traduz-se em agressão verbal e até física, em discussões nos ônibus e nas filas – muitos brasileiros ainda não aprenderam a conviver com a velhice. Mas isto, pelo visto, é apenas questão de tempo. Porque a chamada terceira idade está aí para ficar.

Fonte: http://www.luterprev.com.br/noticia-detalhe.php?NoticiaID=105

Postado por: Rafael Barbosa Cirino Nº32 Série 2ºC